Arco 6 — Capítulo 40 – “Abandonado pelas Estrelas”

Traduzido por:『 shiro 』e Renyuzu

Revisado por: Lmds

This is an English—Portuguese-BR translation which used as source the translation from the website “Witch Cult Translations”: https://witchculttranslation.com/

  • Créditos: Ice_Occultism (/u/Ice_Occultism). Revisão por: Tournament (/u/Tournament1122).

Credits: Ice_Occultism (/u/Ice_Occultism). Proofread by: Tournament (/u/Tournament1122).

Nota: Tanto essa tradução quanto a tradução para inglês não são profissionais, portanto, erros de português e de formatação podem estar presentes.

Arte: Arte Oficial

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ALL RIGHTS BELONG TO TAPPEI NAGATSUKI, THE ORIGINAL AUTHOR OF RE:ZERO STARTING A LIFE IN A DIFFERENT WORLD FROM ZERO, THIS IS A TRANSLATION OF THE FREE JAPANESE WEB NOVEL INTO PORTUGUESE-BR

JAPANESE WEB NOVEL SOURCE

TODOS OS DIREITOS PERTENCEM A TAPPEI NAGATSUKI, O AUTOR ORIGINAL DE RE:ZERO COMEÇANDO A VIDA EM MUNDO DIFERENTE DO ZERO, ESSA É UMA TRADUÇÃO DA WEBNOVEL JAPONESA GRATUITA PARA O PORTUGUÊS

JAPANESE WEB NOVEL SOURCE

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Estava tudo bagunçado. Literalmente uma completa bagunça.

Ele foi encontrado, trazido de volta e questionado sobre o que aconteceu. De pouco em pouco, ele percebeu que a situação só pioraria cada vez que ele falasse algo.

???: “Então, o Subaru realmente não se lembra de nada?”

Enquanto ele apertava seus joelhos, a garota de cabelos prateados o fitou com uma expressão sombria. E, ao lado dela, uma doce garota permaneceu em choque devido às palavras do garoto.

???: “Ficamos completamente perdidos quando ouvimos que não poderíamos encontrá-lo. De forma alguma pensei que a situação acabaria assim… Pelo visto, estamos lidando com uma situação extremamente difícil.”

Resmungou, em um tom rígido, a garota que possuía um cachecol de raposa branca enrolado em seu pescoço.

???: “Sim, ela está certa.”

O cavaleiro charmoso concordou enquanto a garota falava.

???: “Por quanto tempo você planeja manter essa aparência deplorável, Barusu?”

Olhando com desdém para Subaru enquanto falava, estava a garota que limpou toda a bagunça que caiu em cima dele. Mas, não havia o menor sinal de animosidade em suas palavras, pelo contrário, apenas uma expressão desamparada pairava em sua face.

???: “Mestre, mestre!! O clima está ficando muito pesado aqui… Você precisa sorrir maisss!! Arg, o que é isso? Você tá fedendo a mijo!”

A mulher de cabelo preto estava rindo tranquilamente sem se dar conta da situação em que se encontravam. E, a seu lado, estava uma garotinha acariciando as próprias tranças. Ela olhou de relance para o garoto, transmitindo pouco interesse na situação que ele se encontrava.

Subaru: “……………………”

De todas essas reações, se ele tivesse que explicá-las detalhadamente, ele preferiria simplesmente não fazerUma, duas… três vezes. Ele os desapontou três vezes. Mas, dessa vez, ele havia sujado a si mesmo depois de tentar fugir daquele lugar. Não haviam dúvidas de que essa era a pior situação possível.

–– Mesmo que ele fosse o único que tivesse ciência dos verdadeiros fatos dessa terrível situação.

Subaru: “Heh.”

Isso tudo o faz rir. O fato de que ele já vivenciou essa mesma situação, não só uma, mas três vezes, torna tudo isso cômico.

Ele viu essa mesma cena duas vezes. E, na terceira vez, ele a analisou e finalmente se deu conta do tipo de situação em que ele estava.

––––Ele havia morrido duas vezes.

Nas duas vezes ele, provavelmente, caiu do mesmo lugar – a primeira vez ele perdeu a consciência enquanto caía, e, por causa disso, ele não sentiu o momento de sua morte. Entretanto, não foi isso que aconteceu da segunda vez. Sua queda foi demorada, e ele despencou direto em uma sacada tendo seu corpo inteiro destruído.

No momento de sua morte, ele retornaria à vida na Sala Verde e, novamente, acordaria e refaria o dia.

Morrer e retornar –『Retorno Através da Morte』. Essa era a benção que Deus havia dado para Subaru Natsuki neste mundo paralelo.

Subaru: “Heh.”

Pela segunda vez, um riso escapuliu. Se aquilo realmente pudesse ser chamado de riso estava aberto a discussões. Suficiente dizer que, para Subaru, aquilo era uma risada.

Não havia nada que ele pudesse fazer além de rir. Ele sentiu como se suas lágrimas tivessem secado. Chorar esgotava sua força física. Ele morreu e retornou, e a força física que ele havia gastado antes de morrer parecia voltar quando ele retornava. Mas, dessa terceira vez, quando ele acordou, sua força já estava totalmente esgotada.

???: “De qualquer forma, deixem Subaru descansar até que as coisas se acalmem. Com o passar do tempo, poderemos ver alguma mudança.”

Ouvindo a proposta da garota de cabelos prateados, ele sabia que a forma em que seria tratado já tinha sido estabelecida dessa forma. Estaria ela pensando que ele atacaria violentamente? As expectativas sobre Subaru estavam bastante exageradas. Ele foi trazido de volta para o Sala Verde sob a supervisão de todos.

???: “Temo que não podemos deixar Rem aqui com esse Barusu atual. Eu sou contra.”

???: “…Mas, além de descobrir o que causou isso, nossa melhor aposta para ajudar o Subaru a se recuperar seria contar com o espírito deste quarto.”

???: “Se esse é o caso… se esse é o caso, nós moveremos Rem para outro quarto, e Ram cuidará dela. Ram parece ser a única no momento que genuinamente está preocupada com ela.”

Ele desejou estar em um lugar onde não havia tantos conflitos e divergências de ideias. De qualquer forma, ele não tinha escolha. Tomar iniciativa e ter a força de vontade para superar essa situação, isso tudo, o atual Subaru definitivamente não tinha isso dentro de si.

???: “…Pobre Rem.”

Ela falou de forma que Subaru conseguiria ouvir, e, em seguida, carregou a garota adormecida para fora do quarto. Era marcante o quanto as duas se pareciam.

Subaru não tinha ideia sobre o verdadeiro significado das palavras da garota. E nem gostaria de saber.

Beatrice: “Subaru, fique quietinho aqui. Betty com certeza vai achar um jeito de você recuperar suas memórias, eu suponho.”

Subaru: “…………………………”

Beatrice: “Eu não vou deixar você ficar encolhido aqui sozinho.”

Um pouco antes de deixar o quarto, a garota assim disse com palavras doces. Sua voz estava tingida de tristeza, entretanto também carregava uma nobre determinação. Ela era firme e não havia dúvidas em suas palavras. Dessa forma, em resposta a preocupação da garota…

Subaru: “…Ahh!”

Subaru se esquivou dos braços estendidos da garota. Vendo essa reação, os olhos da garota oscilaram com dor.

Beatrice: “………………..”

Eles eram desconhecidos. Não importava o quê, eles eram desconhecidos.

Para Subaru, eles não eram estranhos. Para as garotas, aquele Subaru era um estranho.

A familiaridade, as preocupações e todo o afeto deles era direcionado ao “Subaru Natsuki” original e não o atual. E, ao mesmo tempo…

Subaru: “Eu não tenho motivos para ser morto…”

Ele foi abandonado na Sala Verde, sozinho. Subaru rangia os dentes enquanto resmungava isso. Ainda não é um bom momento para se virar para esses bons sentimentos de conforto ou estragar os laços, a confiança e a afeição que ele supostamente acumulou ao longo do tempo, e dos quais ele não tem qualquer lembrança. De qualquer forma, por que ele tem que aguentar as consequências da intenção assassina que “Subaru Natsuki” jogou pra ele?

Todas as coisas boas e coisas ruins, tudo isso não possuídas por ele. Além disso, por que ele deveria lutar e ser engolido nesse lugar?

Subaru: “Me desculpa…”

Depois de passar algumas horas sozinho, Subaru empurrou suas costas contra a parede e se levantou firmemente. Tendo mordido seus lábios em excesso, ele engoliu uma mistura de sangue e saliva a qual estava acumulada em sua boca. Em seguida, ele começou a andar em direção à saída da Sala Verde.

???: “……*Tsssssssss*”

Atrás de Subaru, a única presença da qual ele conseguiu ouvir era o choro do lagarto preto. O choro parecia bem fraco, como se estivesse chorando sozinho. Subaru balançou a cabeça em negação por ter esse tipo de pensamento. “É apenas um grande réptil se sentindo sozinho, até para ele, essa estupidez toda tem limite.”

Subaru: “Alguém irá te trazer comida. Se aquiete.”

O lagarto continuou chorando apesar do que Subaru lhe disse. Sem escutar isso, Subaru se livra de seus pensamentos relutantes e pisa para fora do quarto. Ele confere seu lado esquerdo e direito, certificando-se de que está tudo limpo, e começa a andar furtivamente para fora do quarto.

Subaru: “Água… e onde eles mantêm a comida…”

Ele sabia onde todas essas coisas estavam. Por ele ter acompanhado a garota para coletar água, ele sabia onde esse mantimento estava. Ele também sabia onde poderia achar comida. A única questão ali era o quanto ele deveria trazer.

Subaru: “…………………..”

Sendo honesto, tinha algo do qual Subaru não sabia. O que diabos o puxou para baixo daquelas escadas e lhe tirou a vida.

Entretanto, tinha algo do qual Subaru se lembrava claramente. Anteriormente, naquele local, alguém empurrou as costas de Subaru. Não foi por um motivo ridículo, como levar um tapinha no ombro ou ser levado por uma rajada de vento. Ele definitivamente tinha sido empurrado. Ele tinha sido vítima de uma intenção assassina. Subaru Natsuki foi assassinado.

Os suspeitos eram sete: Emilia, Beatrice, Ram, Anastasia, Julius, Meili e Shaula… Subaru não tinha a menor ideia de quantos deles eram seus amigos, e quanto deles eram seus inimigos. No final das contas, Subaru não tinha a menor base para sequer julgá-los como conhecidos.

––No final das contas, não poderiam eles serem todos assassinos, reunidos nessa torre para matar Subaru?

Subaru: “Se isso for verdade…”

Mesmo que ele trouxesse apenas um pouco de comida, ele não conseguia se sentir culpado quanto a isso. Por outro lado, na primeira e na segunda vez em que eles se encontraram… Emilia o tratou da mesma maneira, Beatrice lhe disse que eles achariam uma forma de recuperar suas memórias e Ram chorou muito, recusando-se a acreditar que ele tinha perdido as memórias. Isso tudo o fazia duvidar de que elas estavam atuando.

Subaru: “……………………”

Era impossível.

Tendo passado por todas essas coisas horríveis, ele foi morto não uma, mas duas vezes. Subaru desconfiava da garota e dos outros até a última gota, mas, mesmo assim, não conseguia fugir pela sua própria segurança.

Subaru: “Desgraça, desgraça, bando de desgraçados …!”

Ele praguejou pelo seu próprio comportamento infame, sem ter como escolher no que acreditar, enquanto ele começou, secretamente, a pegar a comida. Explicando melhor, ele estava coletando comida de emergência, sem se preocupar com o gosto que ela poderia ter. O mais importante naquele momento era se aquela comida iria alimentá-lo. Outros fatores como sabor eram preocupações secundárias, não… terciárias. Ele pegou, aproximadamente, três dias de comida e água para consumo próprio, água essa que estava sendo carregada em um cantil de couro.

Subaru: “Tem um deserto lá fora, mas…”

Ele vestiu a capa que estava guardada no mesmo lugar que a comida. Em termos de tamanho e design, Subaru imediatamente percebeu de que tipo era. A capa foi feita de forma que, ao amarrar a parte da frente, ela pode ser puxada para cima para tampar a boca. Parecia-lhe uma perfeita contramedida ao desconforto que respirar na areia podia lhe trazer. Assim, após coletar comida, água e ferramentas para ajudá-lo no deserto, sua preparação estava completa.

Subaru: “Acho que já passou do momento do qual eu morri duas vezes…”

O tempo que ele gastou amontoado com aquelas pessoas na Sala Verde foi suficiente para, agora, ser o momento em que ele foi empurrado da última vez. O 『Retorno Através da Morte』mostrou seu verdadeiro poder e eficiência nesse momento. Assim, de pouco em pouco, ele poderia superar os momentos de sua morte e continuar andando por essa fina corda entre a vida e a morte.

Subaru: “………………………..”

Ele não queria fazer isso. Seria melhor pra ele não estar nesse lugar caso fosse passar por tudo aquilo de novo. Subaru saiu do quarto e começou a correr em direção à escada espiral usando o mapa mental que desenhou em sua cabeça dessa área. Ele foi empurrado duas vezes desse local. Obviamente sua cabeça estava gritando para que ele saísse dali. Mas-,

Subaru: “………………..…!”

Imediatamente depois de chegar na escada espiral e estar momentaneamente extasiado pela cena em sua frente, Subaru olhou para trás e, cautelosamente, examinou se o assassino estava se escondendo em algum lugar atrás dele. Por sorte, devido ao tempo ser diferente da última vez, ou porque o assassino não sabia onde Subaru estava, Subaru não achou sinal algum de um braço esticado pronto para empurrar suas costas.

Nesse momento, todo mundo, provavelmente, ou estava na biblioteca onde as memórias dos mortos descansam, ou eles subiram para o andar de cima e estão esperando para encontrar aquele examinador arrogante – a memória de ter seus órgãos internos mexidos por esse homem surgiu e, simultaneamente, um sentimento de vomitar brotou.

Subaru: “Como se você conseguisse desafiar um cara como aquele…”

Ele não era humano. Tanto em habilidade quanto em personalidade. Sob chance alguma parecia ser possível vencer esse tipo de oponente caso ele tivesse que desafiá-lo. Se esse é o caso, por que então ele ignora esse fato?

Subaru: “Como se eu soubesse!!!”

Desde um tempinho atrás, esse enigma não saía de sua cabeça e tentava o impedir. Mas e daí? Ele não se importava.

Mesmo que ela [1] tenha sido terna e gentil, tudo pode ter sido uma mentira. Ela pode ter atuado e fingido estar preocupada, mas pelas costas ela provavelmente estava afiando a lâmina de uma intenção assassina. Pelo menos ela o avisou de a possibilidade de um indivíduo perigoso estar em algum lugar dessa torre se escondendo.

Subaru: “Mas, e se a pessoa, da qual eles me disseram sobre, é um inimigo?”

Inimigo… inimigo era uma palavra ridícula. Em sua vida cotidiana, no seu mundo antigo, do qual era bastante ausente de conflitos, a oportunidade de proferir uma palavra como “inimigo” existia apenas em jogos.

Mas, este mundo era um do qual falar essa palavra soava natural e normal.

Não, isso estava errado. Ele não queria estar nesse lugar. Ele não queria ficar aqui.

Subaru: “………………!”

Subaru correu, corroendo-se devido à insuportável irritação que estava fervendo em seu peito. Ele desceu pela escada em espiral em direção ao quinto andar, que estava fora de sua visão. Os passos em espiral se estendiam infinitamente pela escada, e, mesmo descendo muito, ele não conseguia ver o seu fim. Ele correu freneticamente o mais rápido que podia, ofegando tanto que parecia cômico.

Ainda assim, ele não queria morrer.

Subaru: “Eu consegui… uff…”

Ele conseguiu descer até o quinto andar que, diferentemente do quarto andar, não era dividido em vários quartos. Pelo contrário, existia apenas um hall que ocupava o espaço inteiro do andar. A única coisa visível no quinto andar era um conjunto de escadas que levavam para o sexto andar e…

Subaru: “Uma grande porta…”

Olhando para essa porta enorme, ele sentiu uma horrível opressão emanando daquele lugar.

Subaru: “……………………”

Ficando na frente da porta, Subaru sentiu uma enorme pressão comprimindo sua garganta. Ele sentiu uma leve brisa de areia soprando por ela. Provavelmente o vento de fora estava trazendo areia para dentro da torre por vãos da porta, lhe dando a certeza de que essa porta o levava para fora daquele lugar.

Subaru: “Se o que a Emilia e os outros disseram for verdade…”

Usando essa porta, ele provavelmente seria capaz de ir para o deserto lá fora. Deserto – ele tinha esquecido seu nome oficial, mas, independente disso, ele irá seguir a trilha de areia em direção à civilização. Desse modo, pelo menos, não haveria preocupações de ter sua vida ameaçada por esse assassino cruel.

Os fundamentos para atravessar o deserto eram viajar de noite, evitar tempestades de areia e tentar se mover para uma direção específica – esse era o único conhecimento que ele possuía sobre o assunto.

Subaru: “Eu aposto que é bem mais provável que eu sobreviva no deserto do que nesse lugar onde eu certamente serei morto.”

Poder-se-ia dizer que essa não era uma decisão normal de se fazer. Porém, sendo ou não uma decisão anormal, ele não acreditava que realizá-la seria um erro. Nesse tipo de situação, se ele nem puder acreditar em si mesmo, apenas a escuridão o aguardaria.

Ele jamais ficaria sentado na escuridão esperando pelo seu fim. Desde sua morte, ele decidiu lutar.

Subaru: “……………………..”

Ele colocou sua mão na enorme porta que estava em sua frente e lentamente a empurrou com toda sua força. A porta era, pelo menos, dez vezes maior do que o próprio Subaru. De qualquer forma, mesmo que ele conseguisse empurrá-la com toda sua força, provavelmente, devido ao peso da porta, ela não cederia de forma alguma.

Porém, quando ele pressionou a palma de sua mão contra a porta, ela facilmente se abriu como se fosse mecanizada.

Subaru: “Eh.”

Subaru soltou um suspirou e parou de empurrar a porta se abrindo. Mesmo que eles não tenham percebido Subaru tentando fugir, se ele deixasse a porta totalmente aberta certamente eles iriam perceber.

Mesmo que Subaru consiga fugir, ele queria ter a certeza de estar longe o bastante para não conseguirem alcançá-lo.

Subaru: “……………………….”

Silenciosamente, Subaru olhou do vão da porta para o lado de fora. Quando sua visão se ajustou ele pôde ver um grande mar de areia que estava sendo engolido pela assustadora escuridão da noite.

Subaru: “…É realmente um deserto, eh.”

Ele tentou focar sua visão para tentar enxergar o que havia além do horizonte, mas não conseguiu. Nesse ambiente, do qual não havia o menor sinal de abrigo, o que estava além da linha do horizonte não pode ser visto. Não há a menor chance de Subaru prever o quão longe ele se estendia. Entretanto, não importa o quão grande esse deserto fosse, ele certamente não poderia ser infinito.

Se ele desse um passo para frente, seria um passo mais perto do mundo exterior. Se ele conseguisse se aproximar do mundo exterior – não seria esse um passo mais próximo de seu mundo original?

Subaru: “…………………….”

Por um momento, a perna de Subaru se manteve colada na torre. Ele, certamente, irá sair deste lugar. Isso o fez sentir ligeiramente culpado, uma vez que ele estaria deixando para trás aquelas pessoas sem nenhuma intenção ruim direcionada a ele. Subaru se livrou desses pensamentos. Sua necessidade de sair daquele lugar, para seu mundo original, o fez agir assim.

Ele não deseja estar neste lugar. Subaru Natsuki irá retornar para casa porque esse era o lugar no qual sua mãe e pai o aguardavam.

Subaru: “Então…”

Com um passo firme para fora, Subaru atravessa pelo vão da porta. Pisando na areia, ele notou que seu pé afundou bem mais do que ele pensou que iria. Tomando seus passos iniciais com relativamente bastante força, Subaru Natsuki pisou firmemente para o mundo exterior e…

Subaru: “…huh?”

Uma violenta explosão por de baixo de seus sapatos inesperadamente jogou Subaru para o céu.

※ ※ ※ ※ ※ ※ ※ ※ ※ ※ ※ ※ ※

Ele havia sido jogado de costas no chão, o que o fez desmaiar por alguns segundos. Estava completamente em pânico — Subaru não sabia mais se estar em pânico era mais normal do que estar em seu estado habitual.

Subaru: “Mas o que… ?”

…diabos aconteceu? Enquanto cuspia areia de sua boca, Subaru não tinha o prazer de continuar com aquelas palavras.

Isso era por conta da figura imponente que estava parada diante de seus olhos, trazendo a resposta para o que diabos aconteceu.

Subaru: “……”

Bem na frente de Subaru, uma enorme sombra o observava diante do cenário que era preenchido pela noite. A sombra tinha um enorme corpo sem membros e uma pele viscosa. Aquilo parecia feroz, com presas cruéis ao redor de sua boca – parecia uma Minhoca de Areia para Subaru. Uma terrível minhoca gigantesca. Em questão de tamanho não parecia ser menor do que 10 metros, era uma criatura monstruosa.

Subaru: “O q…?”

Aquele era um mundo repleto de monstros? Todas as cenas que ele havia presenciado eram desconexas da realidade, e não davam chances para que Subaru acalmasse seu coração. Agora, a mais recente crise se aproximava dele, não lhe dando nenhuma chance de se encolher e lamentar seu destino.

Subaru: “Essa porra de… ah-”

Levantando-se coberto de areia, Subaru balançou sua cabeça. Possivelmente foi essa minhoca que o atacou mais cedo e o lançou para longe por ele estar pisando em seu território. Isso, ou ele simplesmente estava parado em pé onde a criatura emergiu para pegar um ar. De qualquer forma, a minhoca havia jogado Subaru na areia, além disso–

Subaru: “Essa coisa não vai me deixar em paz… ?”

Percebendo que naquela situação ele estava em uma tremenda desvantagem, Subaru observou seus arredores. Ele mal havia andado quatro passos após ter saído da torre. Mesmo sendo algo covarde, havia diversas opções a ser escolhidas, como por exemplo, pular de volta para a torre e sobreviver.

Porém, enquanto olhava os arredores, Subaru amaldiçoou sua sorte. Ele havia sido jogado pelo verme e rolado na areia para longe da torre. A grande minhoca estava entre Subaru e a torre. Então, se ele quisesse retornar, precisaria passar pelo enorme corpo da minhoca em seu caminho.

Subaru: “Certo…”

Mesmo que corresse pelo deserto, ele sabia que eventualmente a minhoca iria alcançá-lo. Primeiramente, essa talvez nem seja a única minhoca no deserto, existe uma grande chance de essa minhoca ser apenas o lorde do deserto, considerando seu enorme corpo, embora até mesmo uma com metade do tamanho ainda seria uma ameaça. Sem mencionar que, se ele fosse atacado por uma horda delas…

Subaru: “De fato, a opção de escapar não era nem um pouco realista.”

Ele odiava a gentileza com a qual este mundo rapidamente ensinava. E, parecia que a Minhoca já havia decidido o que fazer com Subaru, que estava tentando decifrar uma forma de como sair daquela situação.

Lentamente, a Minhoca de Areia virou sua cabeça sem olhos em direção a ele e abriu sua enorme boca mostrando sua goela. Havia um chifre curvado em sua cabeça — era uma sensação levemente surreal.

Subaru: “Uma chance… eu só preciso acertar um tiro nessa coisa… Apenas uma chance, uma chance, uma chance, só uma chance!”

Colocando sua capa anti-areia em seu pescoço, ele observou o que a minhoca estava fazendo. Ele coloca seus braços para frente, e calcula o melhor momento para desferir seu ataque. De repente, percebeu que as feridas, de onde suas unhas foram arrancadas, começavam a cicatrizar, e que as unhas começavam a se regenerar. Teria sido por efeito de uma magia de cura ou da Sala Verde?

E enquanto ele se distraía com aquilo…

?????:“……Kuwaaaaaagghhhhh!!!!!”

A enorme besta soltou um terrível grito estridente que ele jamais imaginaria ouvir saindo de algo como aquilo. A minhoca havia se jogado, quase como se estivesse saltando em direção a Subaru. Quando Subaru ouviu seu rugido misturando-se ao uivo dos ventos, ele teve uma estranha sensação, como se seu corpo estivesse agindo por conta própria.

Subaru: “…….”

A Minhoca de Areia havia se jogado contra ele, porém ele conseguiu rolar para a direita se desviando do ataque. Ele não estava pensando em mais nada. Era como se pudesse ver uma projeção de si mesmo mostrando o que fazer em seguida. Ele apenas seguia essas projeções, movendo-se como elas e fazendo tudo o que elas faziam, e, dessa forma, havia fugido dos ataques da Minhoca gigante.

Subaru: “..Meeeerrrr- !!!”

Uma enorme cortina de areia se ergueu no ar, seguida de uma onda de choque próxima a ele. Enquanto sentia o resultado do ataque da criatura, Subaru rolou para o lado, ainda seguindo as projeções da sua própria consciência.

Subaru: “…..hunf”

Seu corpo era bem mais ágil do que ele se lembrava. Em uma fração de segundo, o ano vivido por Subaru Natsuki passou por sua cabeça, mas Subaru não possuía nenhuma lembrança daquilo. Havia um traço de toda a experiência que Subaru Natsuki adquiriu enquanto sobrevivia neste ambiente hostil.

Nesse momento ele não pensava sobre o fato de ele ter feito bom uso desse lapso de memória.

Subaru: “Nesse ritmo… !!!”

Rolando em frente, com toda a agilidade e vigor, seu perseguidor havia o perdido de vista. Subaru se levantou e correu o máximo que podia em direção à porta da frente da torre. Naquele momento, ele apenas pensava em se agarrar naquilo que estava diante de seus olhos.

Se ele voltasse para a torre, ele sabia que retornaria para um lugar repleto de escuridão e suspeitas, e também seria atormentado pelo medo da morte. Ainda assim ele preferiria escolher isso, em vez de virar cocô daquela minhoca gigante.

Subaru: “……”

Ele não se permitia olhar para trás, mas sabia que a minhoca não deveria possuir a destreza suficiente para se virar imediatamente e alcançá-lo. Ele estava apenas a alguns metros de seu destino…

Subaru: “Arg-”

Nesse momento, ao invés da cabeça da enorme minhoca, foi o rabo da minhoca que apareceu pela areia abaixo de Subaru. A areia abaixo dele explodiu violentamente, e o impulso gerado pelo balançar do rabo fez com que Subaru fosse novamente lançado para cima.

Subaru: “Aaahhh!!”

Enquanto permanecia voando e balançando seus braços e pernas, Subaru viu o que havia embaixo dele. Diante de seus olhos ele via a gigantesca minhoca abrindo sua enorme boca, preparando-se para devorar completamente o corpo dele.

… Ele havia a subestimado.

Havia sido inocente em pensar que poderia ludibriar um animal selvagem, que viveu naquele ambiente hostil o suficiente para ter ficado tão enorme, como se tivesse vivido em um cativeiro similar ao mundo dele. Descuidado, havia sido descuidado, e iria pagar o preço de sua própria imprudência com a vida.

Subaru: “NÃO!”

Enquanto caía, ele gritava como um inseto preso em uma teia de aranha, desesperado para escapar. Morrer, ele iria morrer de novo? Se ele morrer, não sabe se vai permanecer morto. Se ele morresse e tudo acabasse ali, o que aconteceria? Ele suportaria isso? Se ele fosse jogado para sempre em uma escuridão sem fim como essa, ele suportaria?

Subaru: “NÃÃÃÃÃOOOOO!!!!”

Ele gritava e estendia suas mãos para o céu noturno buscando por ajuda. Não há nada para alcançar. Mesmo no fim do céu, que estava tapado por nuvens finas, ele não conseguia ver as estrelas que deveriam estar lá — Subaru estava caindo sozinho. Ele foi abandonado pela estrela de seu próprio nome, prestes a ser devorado por um monstro, para piscar e desaparecer. Quanto desespero…

De repente, um clarão de luzes brancas apareceu.

Subaru: “……..”

Um clarão de luzes brancas seguia em frente e lançou para longe o rosto da minhoca que havia aberto sua enorme boca. Literalmente, o impacto havia penetrado o rosto da criatura. Com sua grande cabeça sendo desfigurada de uma forma que quase parecia ter sido transformada em um Amezaiku. E, em uma fração de segundo, ela explodiu. Pedaços de carne podre e sangue espirraram da cabeça da minhoca enquanto ela saia voando.

Aquela cabeça, que deveria ter engolido Subaru, se foi, e o corpo gigante da minhoca se contorceu violentamente. No entanto, antes que o corpo dela despencasse, o corpo de Subaru caiu em cima do verme sem cabeça.

Com um movimento estremecedor, era como se tivesse caído em um enorme hambúrguer momentos antes de ele ser cozinhado. Suas feridas abertas, órgãos internos, carne e sangue, eram o que havia amortecido a queda do corpo de Subaru. Ele havia dado sua vida em troca do desconforto que sentia em seu cabelo. Ele tossia e balbuciava enquanto sentia um líquido nojento em sua boca, que o fazia querer vomitar. Enquanto isso, os restos da minhoca começaram a despencar — espere, não!

Um após o outro, flashes de luz passam por seu campo de visão, e quando isso ocorria os restos da minhoca eram acertados. Eram acertados, abertos e dilacerados, pedaços voavam pelos ares, eles eram completamente picotados. Foi apenas por coincidência que nenhum desses flashes acertou Subaru, o que poderia ser considerado um golpe de sorte naquela situação horrível, no entanto…

Subaru: “Ah!”

Subaru percebeu que seu corpo, que havia recebido o choque de todos aqueles impactos, estava agora espalhado na areia. Subaru estava deitado de costas na areia, com seu corpo completamente esticado.

Subaru: “……”

Acima dele, ele via o mesmo céu sem estrelas que havia visto momentos antes, quando foi arremessado pela minhoca. Por uma virada do destino, por mais que ele tenha conseguido se agarrar a sua vida, o céu não havia mudado, 『Subaru』 ainda havia sido abandonado.

Tendo sido maravilhado, procurado, abandonado, odiado, tendo feito amigos, sendo mantido longe. Ele queria viver? Ele queria morrer? Ele queria estar aqui ou não?

Subaru: “O que eu devo fazer? Se souber, diga-me!”

Não havia ninguém por perto. Cobrindo seu rosto ele gritava isso ao céu vazio. Ele não teve resposta. De quem Subaru queria tanto ouvir uma resposta? Provavelmente era de…

Subaru: “Me responda, 『Subaru Natsuki 』!”

Dizendo isso com uma voz miserável, Subaru suspira e vira seu corpo para o lado. Não havia uma razão em particular para ele ter se virado.

… Mas aquele simples movimento havia por pouco salvo a vida de Subaru da luz branca que havia passado próxima de seu ouvido, e acertado o chão a sua volta.

*dzzzzzz*

Algo passou próximo a seu ouvido direito com uma força tremenda. Ele colocou sua mão sobre a orelha que palpitava pela dor, e rolou para o lado. Enquanto sangue saia de sua orelha, ele avistou a causa de sua dor.

Um objeto enorme, fino e brilhante, semelhante a um ferrão, estava fincado no chão.

Subaru: “O que é…”

Isso?

No momento em que ele estava no alcance para tocar o objeto, o ferrão branco se tornou poeira. Logo após isso o campo de visão de Subaru foi sacudido.

Subaru: “……”

Ele sacudia muito, de cima a baixo. Independente se a causa foi uma minhoca se balançando, ou foi por conta do ferrão que o atingiu, o chão abaixo de Subaru estava desabando. Ele estava afundando junto com a terra a sua volta.

Subaru: “Uaaaaaahhhhh!!”

Seus dedos escorregaram pela areia enquanto caia, tentando desesperadamente achar algo para se segurar. Como um inseto preso em um formigueiro, o corpo de Subaru afundava no solo arenoso, incapaz de fazer qualquer coisa.

Seus braços e pernas foram enterrados. Ele não conseguiu movê-los. Levantando a cabeça ele desesperadamente buscou por ar. Seu corpo inteiro estava sendo engolido pela areia, ele tentava freneticamente lutar contra a premonição de que seria enterrado vivo.

Subaru: “Alguém, alguém me ajuda!”

Ele não conseguia continuar a falar o que queria em seguida. O corpo inteiro de Subaru foi engolido pela areia, afundando, afundando.

E as estrelas nem mesmo se preocuparam em notar o miserável que se debatia  『Subaru』.

                                        ※  ※ ※ ※ ※ ※ ※ ※ ※ ※ ※ ※ ※


[1] Embora nenhum gênero específico pareça ter sido detalhado na fonte da escrita em JP, provavelmente esse trecho está se referindo a Emilia e não a todos ao mesmo tempo, por isso o uso de “ela”. A frase seguinte parece reforçar isso.

8 comentários em “Arco 6 — Capítulo 40 – “Abandonado pelas Estrelas”

  1. e ela foi lá e tacou um lazer nele e fds…faltava um milímetro pra torre..e mesmo assim impiedosamente atira o lazer…ninguém é confiável nesse mundo tortuoso…pqp !
    obrigado pelo capitulo!

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